Os dias mais quentes e o final do ano são promessas de praias lotadas e vendas aquecidas no litoral. E não é apenas na faixa de areia ou nos corredores comerciais que os preparativos estão avançados para atender à população flutuante, que faz o movimento quadruplicar em Praia Grande. Por isso, proprietários de lojas de artigos para animais de estimação preveem crescimento na mesma proporção durante o verão.

Estoques preparados, funcionários temporários e variedades de produtos são armas para atrair e bem-atender os turistas, que não largam dos bichinhos de estimação nem quando vêm ao litoral. “É muito comum deixarem os cãezinhos ou gatos para receberem cuidados enquanto vão à praia ou às compras”, explica Kalina Diegues, gerente de uma unidade localizada no shopping, na entrada da Cidade.

Sem citar números estimados para este verão, ela acredita que as vendas devam superar ao faturamento do ano anterior. Naquela ocasião, o volume de comercialização na unidade teve um incremento de até 60%. “Nos finais de semana já verificamos uma maior quantidade de clientes de outras cidades. A maioria é da Grande São Paulo. Até o carnaval, as vendas devem ficar aquecidas, com certeza”.

Carlos Eduardo Souza é ainda mais otimista. Gerente de um pet shop no Boqueirão, ele acredita em volume de vendas até 200% superior à baixa estação. “A ocupação no hotelzinho (da loja) chega ao máximo quase todos os dias”, destaca. A procura também se potencializa para compra de ração, brinquedos e roupinhas de verão.

Antes mesmo de colocar o carro na estrada, veterinários aconselham cuidados para garantir que os animais cheguem sãos e salvos ao destino. Alimentação leve, para evitar enjoos, e que eles sejam transportados em caixas apropriadas, são algumas sugestões.

Outra dica é escolher horários menos quentes. Se a jornada for longa, faça pausas para o animal se exercitar, ingerir líquidos, fazer suas necessidades fisiológicas e se exercitar. E não esqueça da bagagem de seu melhor amigo: guia, coleira, ração em quantidade suficiente até o final da viagem, potes de água, toalha e caminha. Sem deixar de lado a farmácia básica recomendada pelos veterinários para casos de emergências. Certifique-se também se todas as vacinas estão em ordem.

Abandonos

Em época de férias, aumentam os casos de animais abandonados nas ruas. Segundo veterinários e defensores dos direitos animais, a prática tem se tornado comum devido ao comércio desenfreado de filhotes e as viagens comuns nesta época.

“Seja porque o proprietário não quer mais o animal, ou por se mudar para um apartamento menor, é verificado o aumento do abandono de animais nesses meses”, afirma a chefe do centro de zoonoses de Praia Grande, Zenilda Monteiro Bezerra. “É algo que ocorre o ano todo, mas no verão é mais intensificado”, completa.

Em 2011, a unidade realizou ações nas rodovias que cortam a Cidade. “Foi verificado o abandono de animais sadios, bem alimentados, caracterizando, assim, que (os condutores) descem a Serra e deixam os animais aqui”, continua.

Faltam dados oficiais, mas uma análise dos números da Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal (Arca Brasil) aponta um cenário assustador: entre novembro e fevereiro, o abandono de animais domésticos aumenta até 70%.
De acordo com o presidente da entidade, Marco Ciampi, os números ainda podem ser maiores. “A estimativa foi feita apenas com base nas informações que chegam ao nosso conhecimento”, diz.

Para ele, o resultado se explica por uma combinação de fatores: negligência e a posse irresponsável dos animais, com destaque para a procriação sem controle. Para este último caso, a melhor forma de prevenir ainda é a esterilização ou castração dos animais.

A chefe do Centro de Zoonoses de Praia Grande lembra que é prevista pena de seis meses a dois anos de prisão mais multa, a quem abandonar ou cometer maus-tratos contra animais. A maior dificuldade está na identificação dos autores dos delitos. Ao perceber atos de crueldades aos bichinhos, recomenda-se denunciar o fato em uma das delegacias da Cidade.

Para que a denúncia possa ser feita é preciso fornecer os dados do infrator. Cabe à autoridade policial verificar a ocorrência.

Fonte: A Tribuna