Praia Grande esteve presente na audiência pública para discussão do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) da atividade de produção e escoamento de petróleo e gás natural do Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, realizada na última terça-feira (7), no Mendes Convention Center, em Santos. O objetivo foi apresentar à sociedade o estudo e discutir os impactos que a implantação das atividades de extração de gás natural e petróleo da camada de pré-sal devem trazer à Baixada Santista, recolhendo críticas e sugestões da população e prestando esclarecimentos.

Com mesa presidida pelo coordenador da Coordenação Geral de Petróleo e Gás do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Cristiano Vilardo Guimarães, a audiência forneceu detalhes técnicos sobre a instalação do equipamento necessário para a extração do petróleo e gás natural na Bacia de Santos, e dos recursos utilizados para transporte das substâncias. As informações foram passadas pelo gerente de projetos da Petrobras, Celso Tarcísio.

Conforme o EIA, o empreendimento envolve a realização de 12 Testes de Longa Duração (TLD), dois Pilotos de Produção e um de Desenvolvimento da Produção, definitivo, todos concentrados no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, a mais de 250 km do litoral paulista e carioca, em profundidades superiores a 2 mil metros. Quando este empreendimento estiver em plena operação, deverá produzir 393 mil barris de petróleo/dia, o equivalente a cerca de 20% da produção nacional atual.

“É um momento muito importante para que possamos obter o máximo de informações a respeito desse empreendimento, que deve causar grande impacto em nossa região”, avaliou o coordenador de Assuntos Metropolitanos de Praia Grande, Sérgio Pontes. “Estamos todos nós hoje aprendendo sobre um impacto que deve chegar à cidade de Praia Grande e aos municípios do eixo sul da Baixada Santista em cerca de oito anos, tanto em infraestrutura quanto na questão ambiental”.

A audiência reuniu público de cerca de 350 participantes, dentre os quais estiveram representantes de diversas prefeituras dos municípios da Área de Influência do empreendimento, bem como representantes de entidades ambientalistas e do setor pesqueiro da região. Participaram também representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que puderam esclarecer aspectos relacionados aos royalties e à fiscalização das plataformas.

Foi a terceira audiência pública realizada pelo IBAMA sobre esse empreendimento. O EIA referente ao projeto segue em análise pela equipe técnica do IBAMA, que processará as contribuições recebidas durante a audiência, levando-as em consideração no ato da elaboração do Parecer Técnico Conclusivo que embasará a decisão do Instituto sobre a concessão da licença ambiental para o projeto.

Pré-sal – A região conhecida como Pré-sal encontra-se ao longo de uma extensa área no litoral brasileiro – com 800 quilômetros de extensão e 200 quilômetros de largura – que vai do estado do Espírito Santo a Santa Catarina. Tal área encontra-se entre 50 e 450 quilômetros da costa, em águas com profundidade que variam entre 2 mil e 3 mil metros.

Os reservatórios de petróleo e gás natural do Pré-sal estão localizados a cerca de três quilômetros abaixo do leito marinho, cobertos por sedimentos e uma camada de sal que pode chegar a mais de dois quilômetros de espessura. Essa camada de sal atua como uma espécie de selo, que impede que o óleo e o gás gerados em regiões mais profundas migrem para camadas mais rasas, preservando sua integridade e qualidade.

A maior parte dos reservatórios do Pré-sal está localizada na Bacia de Santos – a maior bacia sedimentar marítima brasileira, com cerca de 350 mil quilômetros quadrados de área, indo do litoral do Rio de Janeiro a Santa Catarina. Na Bacia de Santos, o Pré-sal ocupa uma área de aproximadamente 15 mil quilômetros quadrados, a cerca de 300 quilômetros das costas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Fonte: Prefeitura de Praia Grande