Prefeitura de Praia Grande flagra crime ambiental em mangue
quinta-feira, 12 de maio de 2011Uma blitz da Prefeitura de Praia Grande realizada terça-feira (10), no Balneário Maxland, Bairro Antártica, para apurar denúncias de criação irregular de porcos, resultou em um flagrante de grande devastação ambiental. Em uma área de mangue foram encontradas mulas, aves, cães e até jabutis, que eram criados no meio de muito lixo. Pela devastação e risco à saúde pública, o morador do local, o aposentado Antonio Rosa, 70 anos, foi autuado por crime ambiental.
A ação de equipes da Vigilância Sanitária da Divisão de Controle de Zoonoses e da Guarda Civil Ambiental buscava coibir a criação de porcos, já que a atividade é ilegal na Cidade. No fim da Rua Alcino Vicente Leal, ao checar a existência de pocilgas, os funcionários da Prefeitura se depararam com um quadro desastroso. Lixo de todo tipo cobriam o mangue e restos de comida atraíam moscas e pombos.
Questionado sobre a situação do local, o proprietário, que é conhecido como “Senhor Rosa”, disse não se importar. A respeito do lixo, alegou serem sobras e embalagens de restos de alimentos que apanharia em supermercados da região. “Isso não é mal assim como vocês estão falando. A comida eu dou aos animais e o lixo, depois que ponho fogo, fica tudo limpo”, tentou se explicar.
Sobre o chiqueiro, o aposentado revelou estar desativado há dois meses e que os porcos haviam sido levados para um sítio, em São Vicente. Porém, próximo dali, foram encontradas balanças e ganchos onde, provavelmente, funcionava um matadouro. No meio de muita lama e lixo, havia duas caixas d’água onde em uma guardava-se lavagem (restos de comida) e em outra, óleo de cozinha. O conteúdo dos reservatórios, segundo Rosa, servia de alimento aos porcos.
De acordo com a chefe de Divisão de Controle de Zoonoses, Maria Fernanda Gonçalves, as condições observadas no local representam não somente danos ambientais, mas riscos aos animais e ao ser humano. “Além de poder contaminar os animais com o lixo, quem consome carnes de locais assim pode contrair várias doenças, como a toxoplasmose e a raiva. Na carne suína, por exemplo, há o risco da ingestão de parasitas como a cisticercose (verme que pode se hospedar no cérebro e provocar até a morte)”, alertou.
Em razão das irregularidades, o morador foi notificado a retirar todos os animais do local no prazo de 48 horas, sob pena de apreensão de todas as espécies. Já por parte da Guarda Ambiental, o aposentado acabou sendo levado para a Delegacia Sede, no Bairro Tupi, onde foi atuado por infringir o artigo número 54, da lei número 9.605, de 1998, que trata dos Crimes Ambientais.
Após ser liberado, Antonio Rosa aguardará julgamento em liberdade e, se for condenado, pode pegar de seis meses a um ano de detenção, pena que pode se convertida em trabalhos comunitários.
Fonte: A Tribuna